Atualizado em 28 de Dezembro de 2022
Desde que o Brasil começou a receber temporadas regulares de cruzeiro, foram vários os navios que passaram por nossas águas. Alguns, no entanto, marcaram o público nacional de forma especial. Os maiores, os mais longevos, os mais queridos, o que tinha os melhores roteiros, por exemplo.
No momento em que diversos navios se despedem por conta da pandemia de COVID-19, decidimos dar a nosso especial uma segunda edição. Clique aqui ou no link a seguir para ver a primeira parte do artigo, com o destino de diversos navios.
Agora, revelamos o paradeiro de mais alguns destes que marcaram época na temporada brasileira, mas hoje se encontram distantes de nossos mares ou se tornam, definitivamente memória, com demolição em andamento ou iminente.
Vision of the Seas
O Vision of the Seas foi o segundo navio da Royal Caribbean International a ser dedicado ao mercado brasileiro. Fazendo companhia ao Splendour of the Seas no país, chegou a realizar embarques no Rio de Janeiro, levando o produto da companhia também para o mercado carioca. Após três temporadas na região, se despediu em 2011/2012, não retornando mais ao país desde então.
Em vez disso, tem alternado temporadas no Mediterrâneo e no Caribe. Neste último, realiza roteiros alternativos, que podem partir de portos menos movimentados, como Tampa, na Flórida, e Galveston, no Texas. Chegou também a navegar nos Emirados Árabes, realizando cruzeiros a partir de Dubai e Abu Dhabi.
Nas temporadas mais recentes, tem feito itinerários de 10 e 11 noites rumo ao Sul do Caribe, partindo de Fort Lauderdale. O roteiro, inclusive, foi realizado na temporada 2021/2022 e deve ser repetido na temporada 2022/2023.
A partir de maio do próximo ano, no entanto, o Vision ficará baseado em Baltimore, Maryland. A partir do porto no nordeste dos EUA, realizará cruzeiros com duração entre 5 e 12 para as Bermudas, Caribe, Canadá e Nova Inglaterra.
MSC Armonia
Mais antigo navio da frota, o MSC Armonia vem navegando por destinos caribenhos nos últimos anos. Após estrear na região em 2016, o navio passou a embarcar em Havana, em Cuba, e em Miami, nos EUA, visitando portos na Jamaica, Ilhas Cayman e Honduras.
Antes, havia realizado mais de dez temporadas no Brasil e América do Sul, partindo de praticamente todos os portos servidos pela MSC na região. Quando estreou por aqui, em 2004, o MSC Armonia se tornou o primeiro navio moderno da companhia italiana a ser dedicado ao público local.
Após vários anos navegando no Caribe, retorna ao Brasil na temporada 2022/2023, para cruzeiros partindo de Itajaí.
Grand Celebration
Após longa carreira, o Grand Celebration foi encalhado para desmanche no começo de 2021. O navio se tornou uma das vítimas da pandemia de COVID-19 ao ser vendido para sucateiros indianos.
Desmontado em Alang, o antigo Celebration fez sua última viagem em janeiro do ano passado, com o nome encurtado para Grand e bandeira alterada para St. Kitts & Nevis.
As mudanças facilitam a vida dos sucateiros nos processos regulatórios e burocráticos que envolvem a demolição de um navio.
Desde o encerramento da IberoCruceros, o Celebration vinha navegando pela norte-americana Bahamas Paradise Cruise Line. A companhia comprou o navio em 2014, dedicando-o a seu tradicional roteiro entre Palm Beach, na Flórida, e Freeport, nas Bahamas.
Como Grand Celebration, o navio realizou seis temporadas na América do Sul, entre 2008 e 2014. Consagrado junto ao público nacional, fez praticamente todos os roteiros possíveis na região, embarcando em Santos, Rio de Janeiro e Itajaí.
Costa Allegra
Um dos últimos navios construídos pela Costa Crociere antes de sua venda para a Carnival Corporation, o Costa Allegra foi demolido há cerca de oito anos. O encerramento de sua carreira foi determinado por um incêndio, que o deixou a deriva e sem energia.
Em fevereiro de 2012, o Allegra realizava cruzeiro no Oceano Índico quando um incêndio irrompeu em suas máquinas. Apesar de ter sido controlado rapidamente, o sinistro causou danos significativos aos geradores da embarcação. Assim, o navio perdeu propulsão e deixou de oferecer serviços de hotel, tendo de ser rebocado para o porto mais próximo.
Após a extensa cobertura do incidente por parte da imprensa mundial, a Costa optou por não mais operar o Allegra, destacando outra embarcação para realizar seus roteiros já agendados. Ainda que tenha sido reparado semanas depois, foi vendido após alguns meses imobilizado na Itália. No segundo semestre de 2012, com o nome Santa Cruise, foi encalhado em Aliaga, na Turquia, para desmanche.
O Costa Allegra havia sido construído em 1992. Para cortar custos e facilitar o processo, a Costa optou por utilizar um antigo cargueiro, o Annie Johnson de 1969, como base para o novo navio de cruzeiros. De pequeno porte, tinha capacidade para cerca de 1.200 passageiros, além de 28.597 toneladas.
Um dos primeiros navios a ficar dedicado ao público brasileiro na fase moderna dos cruzeiros por aqui. Após estrear em 1998, realizou todas as temporadas brasileiras seguintes até 2004, quando se despediu em definitivo do país.
Em seguida, foi adaptado para servir o público chinês, em uma grande reforma. Ficou baseado em Shanghai entre 2007 e 2010, servindo o mercado local. Depois, quando retornou ao Ocidente, foi fretado por um operador de viagens francês, viajando no Mediterrâneo, Norte da Europa e também Mar Vermelho.
Island Star
Segundo navio da popular Island Cruises, o Island Star protagonizou um fato histórico ao se tornar o primeiro navio de cruzeiro moderno a ser batizado no Brasil. O país foi o primeiro a receber a embarcação, que era antes operada pela Celebrity Cruises.
Recém-saído do estaleiro, o Island Star chegou aqui após uma reforma de 23 milhões de dólares. Pouco depois, no dia 20 de dezembro de 2005, foi batizado no Porto de Santos, em cerimônia que contou com cerca de 250 convidados, entre jornalistas, autoridades e agentes de viagem. Marina Bandeira Klink, mulher do navegador Amyr Klink, serviu como madrinha do navio.
Apesar da estreia festejada, o Island Star realizou apenas três temporadas no Brasil, se despedindo do país já em 2008. No período, complementou a programação do Island Escape, que era composta por mini-cruzeiros e viagens temáticas, oferecendo viagens mais longas, com foco maior em famílias.
Pouco depois, em 2009, foi transferido para a Pullmantur Cruceros, que o operou até recentemente. Inicialmente com o nome Pacific Dream, realizou cruzeiros pelo Caribe e Mediterrâneo. Depois, passou a se chamar Horizon, nome que tinha quando foi construído nos anos 1990.
Em 2010/2011, chegou a retornar ao Brasil, realizando temporada nacional fretado à CVC. Na ocasião, realizou roteiro incomum, que incluía embarques em São Francisco do Sul, Santos, Rio de Janeiro e Vitória.
Após onze anos de serviço pela Pullmantur, e também sua filial francesa CDF, o Horizon deixou de operar em 2020. Com a recuperação judicial de seu operador, declarada em junho, o navio foi devolvido a seus proprietários, o Grupo Royal Caribbean.
Apesar da expectativa de que fosse encalhada para desmanche logo após a devolutiva, a embarcação permaneceu desativada na Grécia até 2022. Em agosto daquele ano, realizou sua viagem final, chegando aos sucateiros turcos pouco depois.
Grand Voyager
Conhecido por ser um dos navios de cruzeiro mais rápidos do mundo, o Grand Voyager realizou temporadas no Brasil entre 2006 e 2010. Inicialmente fretado pela CVC, foi responsável por itinerários diferenciados, que incluíram, até mesmo, cruzeiros para a Patagônia com ida e volta a Santos.
Após se despedir do Brasil, deixou a frota da IberoCruceros nos primeiros meses de 2012. Naquele ano, passou a operar pela Costa Crociere, em substituição ao Costa Marina – que acabou sendo vendido.
A princípio temporária, a transferência acabou se tornando permanente. Assim, ficou na frota da companhia italiana por cerca de dois anos, realizando roteiros no Mar Vermelho, Atlântico e Europa e também fretamentos a operadora francesa TAAJ Croisières.
Apesar de ter roteiros pela Costa anunciados até o final do verão europeu de 2014, acabou vendido no fim de 2013. A compradora, Bohai Ferry, de Hong Kong, segue operando o navio até os dias atuais. Oferecendo cruzeiros domésticos na China, a embarcação hoje se chama Chinese Taishan.
Quer saber o destino de um outro navio que, para você, teve passagem marcante no Brasil? Comente o nome da embarcação para que ela possa ser incluída em uma nova reportagem deste tipo!
Olá, sou um leitor do blog há um tempo e queria parabenizar a matéria, e dizer que, realmente esses navios deixaram saudades. Principalmente o nosso querido Soberano que já se encontra em desmanche. (Espero que ao menos a Pullmantur se recupere e possa retomar as operações no Brasil, quem sabe até possa operar com os navios mais antigos da frota da Royal Caribbean ).
Island escape, por onde anda?
Ele foi desmantelado faz alguns anos já
Fiz meu primeiro cruzeiro no Island Scape 😉