Atualizado em 28 de Dezembro de 2022
Desde que o Brasil começou a receber temporadas regulares de cruzeiro, foram vários os navios que passaram por nossas águas. Alguns, no entanto, marcaram o público nacional de forma especial. Os maiores, os mais longevos, os mais queridos, o que tinha os melhores roteiros, por exemplo.
Neste post especial, revelamos o paradeiro de alguns destes que marcaram época na temporada brasileira, mas hoje se encontram distantes de nossos mares.
Costa Fortuna
O Costa Fortuna foi o primeiro navio com mais de 100,000 toneladas a ser dedicado ao público brasileiro. Após estrear no país em 2007, navegou por aqui pela última vez em 2013.
Parte da frota da Costa Crociere, ficou conhecido por seu tamanho e também seus animados temáticos, como o Dançando a Bordo e o Fitness. Inaugurado em 2003, fez temporadas na Europa e Caribe após se despedir do Brasil. Há alguns anos, chegou a ser transferido para a Costa Asia, a filial da Costa Crociere que atua exclusivamente nos mercados asiáticos.
Apesar de ter sido reformado para ser adaptado ao gosto dos asiáticos, navegou por pouco tempo no mercado. Servindo o público chinês, visitou países como Taiwan, Japão e Coréia do Sul até 2019, quando retornou à Europa.
A temporada 2022/2023 marca o retorno do navio à América do Sul após cerca de dez anos. Embarcando no Rio de Janeiro, Buenos Aires e Montevideo, realizarando cruzeiros mais longo entre o Sul e o Sudeste do Brasil e o Prata.
Splendour of the Seas
O tradicional Splendour of the Seas realizou cruzeiros pelo Brasil por cerca de 15 anos e certamente deixou saudades. Inaugurado em 1996, veio ao Brasil já em 2000 e se despediu do país em definitivo apenas em 2015.
O navio da Royal Caribbean International foi popular por aqui, não só pelo longo período em que permaneceu no mercado, mas também por suas características. Quando chegou pela primeira vez, tinha mais de o dobro do tamanho de qualquer outro navio operando no país. Ainda era consideravelmente mais moderno e luxuoso.
Apesar de ainda estar na metade de sua vida útil, o Splendour acabou vendido pela Royal Caribbean International em 2015. Hoje é parte da frota da Marella Cruises, do Reino Unido. Rebatizado Marella Discovery, navega pelo Norte da Europa, Caribe, Mediterrâneo e Ásia.
Seus cruzeiros são vendidos quase exclusivamente no mercado britânico em pacotes all-inclusive. As tarifas incluem também as bebidas a bordo, além dos voos para os portos de embarque.
Empress
Presença constante no Brasil por quase dez anos, o Empress operou no país pela CVC e Pullmantur, entre 2008 e 2016. Pouco depois de deixar o país pela última vez, foi transferido de volta para a Royal Caribbean International, companhia que o construiu nos anos 1990.
Em fevereiro de 2016, entrou em doca-seca, e foi reformado substancialmente para se transformar em Empress of the Seas. A companhia norte-americana voltou a operá-lo em roteiros curtos pelo Caribe, que, a partir de 2017, incluíram passagem por Havana e outros portos cubanos. Na ocasião, os portos de Cuba foram abertos aos EUA após 50 anos de proibição.
Com limitações de infraestrutura, os portos da ilha comunista não podem receber navios de grande porte; por isso o Empress era ideal para a operação. Com o novo embargo do país para cruzeiros, no entanto, o futuro do navio passou a estar em cheque.
Pouco depois, em meio a pandemia de COVID-19, o Empress acabou vendido pela Royal Caribbean International.
Em dezembro de 2020, o navio foi adquirido pela Cordelia Cruises, companhia de cruzeiros indiana que o opera atualmente em roteiros no país.
MSC Opera
O MSC Opera é um dos navios da frota da MSC Crociere que mais navegou pelo Brasil na história recente. Após estrear no país em 2007, foi presença constante até 2012, quando se despediu do país em definitivo.
Desde então, navegou em boa parte dos outros destinos oferecidos pela MSC ao redor de todo o mundo. Sempre navegando na Europa no verão, chegou a fazer temporada de inverno na África do Sul, com roteiros para Madagascar e outros portos desta região. Fez também temporada nas Ilhas Canárias e foi até cotado para o Mar Vermelho.
Nos últimos anos, no entanto, vem navegando pelo Caribe, em roteiros a partir de Cuba. Chegou a ficar baseado em Havana durante todo o ano, viajando para Jamaica, Ilhas Cayman e México.
Entretanto, com o embargo para cruzeiros partindo dos EUA, voltou a navegar na Europa e também em outros destinos. Em 2022, além de cruzeiros pelo Mediterrâneo, irá oferecer viagens pelos Emirados Árabes.
Grand Holiday
O Grand Holiday não fez tantas temporadas no Brasil, mas também teve passagem marcante pelo país. Com roteiros diferenciados, preços competitivos e portos de embarque novos como Vitória e Maceió, foi certamente o primeiro navio de muitos cruzeiristas brasileiros.
O navio estreou na região em 2011 e se despediu já em 2013. Depois, chegou a realizar mais algumas temporadas pela Ibero Cruceros, inclusive navegando na Europa durante o inverno local. Sua companhia foi, no entanto, descontinuada pelo grupo Carnival, que a controlava, ainda em 2014.
Com o fim da marca, o Holiday acabou vendido para a CMV – Cruise & Maritime Voyages. Especializada em cruzeiros acessíveis e tradicionais, a companhia inglesa rebatizou o navio Magellan.
Após vários anos, viajando pelo Norte da Europa, Ilhas Canárias e Mediterrâneo em cruzeiros exclusivos para adultos sob a bandeira da companhia, viu sua carreira terminar em 2021.
Vítima da pandemia de COVID-19, a CMV encerrou suas atividades em julho de 2020. Com isso, a frota da companhia foi leiloada pelas autoridades inglesas, de forma a quitar as dívidas deixadas. O Magellan acabou arrematado pela grega Seajets.
Em março do ano seguinte, no entanto, o antigo Holiday acabou revendido para sucateiros na Índia. Pouco depois, chegou a Alang para ser desmontado junto a seu antigo companheiro de frota, o Celebration.
Zenith
O Zenith navegou no Brasil por quase uma década, servindo a CVC e mais tarde a Pullmantur. Ficou famoso por realizar mini-cruzeiros com preços competitivos e sistema all-inclusive. Após estrear em 2007, se despediu do país em 2015.
Construído para a Celebrity Cruises no começo dos anos 1990, o navio seguiu operando pela Pullmantur, mas em outros destinos. Além da Europa, durante os verões locais, fez temporadas nas Ilhas Canárias e no Caribe – inclusive fretado a um operador costa-riquenho.
Sua trajetória com a companhia espanhola, no entanto, acabou no começo de 2020.
Como anunciado por nós em 2019, o navio deixou a frota da companhia em janeiro daquele ano. A previsão era que o Zenith seguisse para a Ásia, com o objetivo de operar cruzeiros de volta mundo para Peace Boat Organization.
Com a pandemia de COVID-19 baixando o preço de navios de segunda mão, a Peace Boat optou, em setembro de 2020, por substituir o antigo Zenith por um navio maior e mais moderno.
Apesar de ter inicialmente cancelado toda a programação do antigo Zenith na ocasião da aquisição, a organização não governamental japonesa voltou atrás e chegou a planejar operá-lo juntamente com o novo navio a partir de 2022.
Após nova reviravolta, no entanto, os cruzeiros do navio foram cancelados novamente há algumas semanas. Assim, o navio nem chegou a estrear pela organização japonesa e acabou sendo revendido para uma empresa asiática.
Renomeado TSM Singapore, passou vários meses atracado em Omã antes de ser encalhado para desmanche em Alang, na Índia, em Setembro de 2022.
Pacific
Um dos primeiros navios operados pela CVC, o Pacific é outro que teve passagem marcante pelo Brasil. Foi um dos primeiros, e ainda hoje um dos poucos, a fazer temporada regular com parada em Fernando de Noronha. No período em que serviu a operadora brasileira, navegou exclusivamente pelo Nordeste, embarcando em portos como Recife, Fortaleza e Salvador.
Já antiquado quando estreou no país, no começo dos anos 2000, o navio havia sido construído no começo dos anos 70. Apesar da idade, era famoso no mundo inteiro, por ter sido palco do popular seriado de TV norte-americana Love Boat.
Após ser escalado para navegar no país durante todo o ano, em 2005, deixou o Brasil em meio a controvérsia, com temporadas tendo de ser canceladas devido às suas condições técnicas, que o impediam de navegar com passageiros. A última estação por aqui aconteceu em 2007/2008, apesar de ter tido seu retorno anunciado para as duas temporadas seguintes.
Depois, mesmo com os problemas, chegou a navegar no Mediterrâneo pela Quail Cruises, uma start-up espanhola que o operou apenas por alguns meses. Deteriorado, foi impedido de seguir viagem durante um cruzeiro em 2008, e precisou de reparos emergenciais. Foi desviado para um estaleiro em Gênova, na Itália, para uma reforma, que acabou nunca sendo completada.
Sem dinheiro para realizá-la, a Quail Cruises acabou indo a falência, e o love boat vendido para a sucata em 2013, após quatro anos inativo.
Blue Dream
O Blue Dream não passou muito tempo operando no Brasil, mas se tornou um dos navios mais famosos no país. Entre 2003 e 2007, navegou no país fretado pela CVC. Por uma série de fatores, a operação foi uma das mais únicas da história dos cruzeiros por aqui. Um deles é a idade, quando chegou ao Brasil, a embarcação tinha apenas 1,5 ano de uso. Um recorde para a época!
Era operado pela Pullmantur, que o adquiriu após sua companhia original, a Renaissance Cruises, falir em 2001. Havia sido construído para cruzeiros premium, e, portanto, era significantemente mais moderno e luxuoso que os outros navios que então viajavam aqui. Isso significa que pelo mesmo preço de um cruzeiro em outros navios, o passageiro brasileiro que embarcava no Blue Dream, ganhava um navio com diversas características de alto padrão – incluindo número ampliado de áreas públicas, decoração luxuosa e cabines bem mais amplas e com varanda.
Outro fato marcante da operação é que existiram, na verdade, dois Blue Dream. Pouca gente sabe, mas a CVC operou dois navios idênticos utilizando este nome. Oficialmente, os navios mantiveram o nome que ostentavam na Renaissance, e eram comercializadas como Blue Dream. O R-5 “Blue Dream” operou no país entre até 2005 e o gêmeo R-6 “Blue Dream” nos anos seguintes.
Após deixar o país pela última vez, o R-6 mudou de nome para Azamara Journey, passando a operar cruzeiros premium em todo mundo pela Azamara Cruises. A companhia, o opera até os dias atuais, e chegou a trazê-lo de volta ao país para cruzeiros longos.
Já o R-5 deixou a Pullmantur mais cedo, em 2005. Naquele ano, foi vendido para a Oceania Cruises, passando a oferecer cruzeiros upper-premium. Navegando no mundo inteiro, é ainda hoje parte da companhia, com o nome Nautica.
Island Escape
Um dos navios mais populares de toda a história do mercado de cruzeiros no Brasil, o Island Escape realizou um total de sete temporadas no Brasil. Passou todos os verões no país, entre 2002 e 2009, realizando seus mini-cruzeiros acessíveis e informais. Também ficou famoso pelos seus temáticos, como o dos solteiros.
Até 2009, era operado pela Island Cruises, uma joint-venture entre a Royal Caribbean Cruises e a britânica Thomson. No ano de sua despedida do Brasil, no entanto, a parceria foi desfeita e o navio passou a operar pela própria Thomson, que o dedicou a cruzeiros nas Ilhas Canárias e Mediterrâneo.
Já enfrentando problemas mecânicos, o navio – inaugurado em 1985 – acabou aposentado pela Thomson em 2015. No mesmo ano, foi comprado por investidores americanos e rebatizado Ocean Gala.
Apesar de terem planejado diversas funções para seu novo navio, os investidores acabaram o vendendo para a sucata em 2017.
Costa Tropicale
O Costa Tropicale estreou no Brasil ainda em 2001, um ano após ser transferido para a frota da Costa Crociere. Além da temporada 2001/2002, realizou outras quatro temporadas no Brasil, se despedindo em 2005.
No mesmo ano deixou a frota da companhia australiana, seguindo para a P&O Australia. Assim como a Costa, a companhia australiana é parte do grupo Carnival e operou o antigo Tropicale até 2008. No período, o navio ficou conhecido como Pacific Star e navegou a partir de Sydney e outros portos australianos para destinos no Pacífico Sul, Ásia e Nova Zelândia.
Em 2008 foi adquirido pela Pullmantur, e rebatizado Ocean Dream. Chegou a retornar ao Brasil com este nome, operando pela CVC no Nordeste – e até mesmo fazendo escalas em Fernando de Noronha. Foi, em 2012, vendido mais uma vez.
Por cerca de oito anos, operou com os japoneses da Peace Bot Organization. A organização não lucrativa utilizou o navio para cruzeiros de volta ao mundo, voltados à conscientização ambiental e compartilhamento cultural.
O Ocean Dream acabou encerrando sua carreira no último dia de 2020.
Em 31 de dezembro daquele ano, o navio foi encalhado para desmanche na Índia, após ser substituído por um navio maior e mais moderno na frota da organização japonesa.
Aproveitando a pandemia de COVID-19, que baixou significantemente o preço de navios usados, a Peace Boat optou por comprar uma nova embarcação mais eficiente, vendendo o antigo Tropicale aos sucateiros indianos. Clique aqui para ler mais sobre o navio e sua venda.
Rhapsody
Um dos primeiros navios da frota da MSC a navegar regularmente no Brasil, o Rhapsody estreou por aqui no final dos 90. A princípio, embarcava apenas nos portos do Rio de Janeiro e Salvador, deixando o principal porto de cruzeiros do país – Santos – fora de seus itinerários.
No começo dos anos 2000 foi substituído pelo MSC Melody no Brasil, e passou a navegar na África do Sul e Mediterrâneo. Construído nos anos 1970 e projetado como um club flutuante da Playboy, o navio foi vendido pela MSC em 2009.
Naquele ano, passou a se chamar Golden Iris para a companhia israelense Mano Cruises. Partindo de Haifa, realizou cruzeiros pelo Mediterrâneo e Adriático até o ano passado, quando foi substituído pela Mano por um navio mais moderno.
Agora, aguarda uma decisão sobre seu futuro. Se a demanda favorecer, a companhia pode operar o navio lado a lado com seu novo companheiro de frota, o Crown Iris. Outra opção é fretá-lo para outro operador. A Mano não descarta, ainda, vendê-lo para a sucata, caso nenhuma das opções anteriores se concretize.
Após ser renomeado Gold Club em 2021, permaneceu imobilizado na Grécia. Em Julho de 2022, no entanto, partiu do país europeu em sua última viagem, sendo encalhado para desmanche na Turquia pouco depois.
Quer saber o destino de um outro navio que, para você, teve passagem marcante no Brasil? Comente o nome da embarcação para que ela possa ser incluída em uma nova reportagem deste tipo!
Olá! Comente sobre o Sky Wonder que poucos sabem encalhou no Mar delPlata numa temporada
Um dos antigos que se usava chave para abrir a cabine e não cartão rs
Ah e tem também o Grand Voyager que foi pro mercado chinês e virou Chinese Taishan
O Sky Winder também foi um dos últimos (senão o último mesmo) navios de passageiros a usar turbinas à vapor, o que, infelizmente causou seu descomissionamento precoce.
Grand Voyager da Ibero, o que aconteceu com ele??
Foi vendido para uma cia chinesa. Agora se chama Chinese Taishan
Sabem algo do Rembrandt?
O Rembrandt sobreviveu como hotel. Desde 2008 está atracado na Holanda, com seu nome original, servindo também para realização de eventos e festas: https://portalworldcruises2.com/2019/01/como-hotel-rotterdam-de-1959-oferece-viagem-no-tempo.html
E o Island Star? Que fim levou?
O Island Star virou Horizon em 2011 e passou a navegar para a Pullmantur. Com a recuperação judicial da companhia neste ano, seu futuro está em aberto. Existe a possibilidade de desmanche.
E o Grand Mistral da Ibero? Sei que foi pra malha da Costa em 2014, mas e hoje está onde?
Depois da Costa, ele passou para a AIDA em 2019. Hoje se chama AIDAmira, com cruzeiros voltados ao público alemão
ötima matéria! Eu trabalho em navios e trabalhei nesse Splendour of the Seas por alguns contratos. Eu procurei o Blue Dream para saber qual era, porque eu ajudo pessoas que querem trabalhar em navio e uma dessas pessoas me disse ter feito um cruzeiro nesse navio e eu não tinha idéia sobre o navio. Sua matéria me tirou todas a dúvidas!
http://www.instagram.com/alinestravels
ANTES DESSES NOVOS NAVIOS, VIAJEI NO ROSA DA FONSECA. AINDA EXISTE ?.
O Rosa da Fonseca já foi demolido. Enquanto seu gêmeo Ana Nery navegou até 2009, ele foi desmontado ainda em 1998.
E o Funchal alguém sabe??