As bases dos protocolos de saúde que irão permitir a volta segura dos cruzeiros ao Brasil já estão prontas. Definidas pela CLIA Brasil, entidade que representa as companhias de cruzeiro e outros players do mercado, as diretrizes foram apresentadas às autoridades competentes e também à Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados.
Em discussão com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), as regras não são definitivas e poderão sofrer alterações em diferentes companhias, navios e também épocas.
“Estamos tendo reuniões com o diretor de portos e aeroportos da ANVISA, o Alex Machado, e avançando com os protocolos”, disse o presidente da CLIA Brasil, Marco Ferraz, em reunião com deputados em maio.
Já foram definidos, no entanto, seis pilares principais para viabilizar retomada segura:
1. Triagem
As companhias realizarão triagem dos passageiros antes do embarque, com critérios mais restritos. Os hóspedes terão de responder um questionário de saúde antes de embarcar e serão submetidos a testes para COVID-19.
Os passageiros ainda embarcarão e desembarcarão de forma escalonada, com horários pré-determinados e serão submetidos a controle de temperatura diária para identificação de possíveis casos de febre.
Não só todos os passageiros serão testados para o novo coronavírus, como 100% dos tripulantes.
2. Distanciamento
A bordo, os navios promoverão outras medidas de mitigação de risco, como uso de máscaras.
Para garantir o distanciamento social, os cruzeiros terão ocupação máxima limitada e novas formas de uso de algumas das atrações. Os restaurantes, por exemplo, serão redimensionados, assim como as piscinas e teatros.
Além disso, as tripulações passarão por treinamentos específicos para garantir o cumprimento destes novos critérios.
3. Higienização
A higienização a bordo será ainda mais aprimorada, com desinfecção de bagagens e elevação de medidas.
Novos produtos desinfetantes também serão incorporados, enquanto o álcool em gel, que já estava disponível em áreas de alimentação de muitos navios, será levado para todos os espaços públicos.
Os sistemas de ar-condicionado dos navios também passarão por alterações, privilegiando o ar fresco para que não haja recirculação de ar.
4. Estrutura Médica
Os navios também ampliarão suas estruturas médicas já existentes, com aprimoramento dos hospitais de bordo.
De acordo com a CLIA Brasil, as embarcações passarão a oferecer UTIs e respiradores, e terão equipes altamente treinadas. Todos os tripulantes também passarão por treinamentos específicos, seguindo regras internacionais e locais.
5. Monitoramento contínuo e detecção de casos
Os passageiros e tripulantes também estarão sujeitos a monitoramento de saúde constante, com o objetivo de identificação médica e visual de possíveis casos de COVID-19.
Pulseiras, colares e chaves de bordo contarão com rastreadores de contato para que seja possível identificar quem interagiu com pessoas que apresentarem sintomas. Com a pronta identificação, é possível partir para planos de contingência, que formam o último pilar dos protocolos.
6. Plano de Contingência
Caso haja necessidade de isolamento de passageiros ou tripulantes, os navios contarão com decks separados e cabines apropriadas. As companhias disponibilizarão médicos especializados e telemedicina.
Os passageiros serão preferencialmente desembarcados no mesmo porto em que embarcaram. Nestas cidades, as companhias terão contratos com a cadeia de hospitais privados para uso em caso de necessidade.
Capacidade de cada navio deve ser limitada em 70%
Como ocorre em outros locais do mundo, a capacidade dos navios deve ser limitada na retomada. De acordo com a CLIA, as embarcações da temporada brasileira devem operar com um máximo de 70% de suas ocupações máximas.
A título de comparação, nos Estados Unidos, as primeiras viagens da Carnival Corporation tiveram fator de ocupação similar.
Também retomando operações no país, o Grupo Royal Caribbean optou por limitar ainda mais o número de passageiros. O primeiro cruzeiro do Freedom of the Seas, por exemplo, partiu com apenas 30% de sua ocupação máxima. Já o Celebrity Edge teve 40% de seus leitos ocupados na primeira viagem.
Enquanto isso, na Inglaterra, os cruzeiros foram inicialmente liberados com capacidade limitada a 1.000 passageiros por navio. Navios de pequeno porte, com ocupação inferior ao número deveriam viajar com, no máximo, 50% de suas capacidades.
Recentemente, no entanto, o país europeu liberou todas as embarcações a operar com 50% de seus leitos ocupados. Para flexibilizar suas limitações, no entanto, as companhias precisam exigir de seus hóspedes comprovantes de vacinação contra a COVID-19.
Excursões precisarão ser pré-agendadas a bordo
Ainda de acordo com a CLIA Brasil, ara visitar os portos de escala, os passageiros precisão ter excursões pré-agendadas. Assim como ocorre em outras regiões do mundo, os hóspedes poderão apenas participar de excursões que sigam os mesmos protocolos dos navios.
A MSC Crociere foi a primeira companhia a exigir a realização de excursões pré-agendadas, como parte de seu protocolo de retomada no Mediterrâneo. Desde agosto de 2020, a companhia só permite desembarque no destino com passeios próprios.
Na ocasião, a companhia afirmou que os passageiros teriam, inicialmente, algumas das excursões já incluídas no valor de seu cruzeiro, de acordo com a categoria de cabine comprada.
“Temos a ambição de criar uma bolha saudável, apenas com pessoas saudáveis”, disse, na época, o CEO da MSC Crociere Gianni Onorato.
Para isso, a companhia garante, por exemplo, que os meios de transporte utilizados passem por desinfecção frequente. Outra medida é monitorar a saúde de guias de turismo e motoristas e seu comprimento de normas de segurança adequadas.
Texto (©) Copyright Daniel Capella (com informações de CLIA) / Imagens (©) Copyright Daniel Capella
Sério que vão continuar com essa de medir temperatura, foi a coisa mais ineficaz que inventaram pra combater covid.
Tá com vontade de viajar e não pode neh? Daí vem aqui torcer contra.. pegue um ônibus e vá até Osasco amor. Rsrsrs
Comprei um cruzeiro saída Veneza/Santos, saída novembro 2021. Será que vai acontecer, já que a Itália não tá aceitando o Coronavac.
Cadê a EXIGÊNCIA DA VACINA PRA EMBARCAR??????