Douro Azul adquire navio para operar no Brasil

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Miguel A.Lopes/LUSA
Mário Ferreira em frente ao Atlântida, mais nova aquisição de sua companhia. 

Companhia portuguesa de cruzeiros fluviais, a Douro Azul adquiriu recente- mente um navio de pequeno porte para operar no Brasil. O Atlântida, construído como ferry em estaleiro português, será adaptado para a operação, e iniciará operação na Amazônia em 2016. 

O presidente da Douro Azul, Mário Ferreira, está a frente do processo de criação da Mystic Cruises, nova companhia de cruzeiros que operará cruzeiros fluviais inicialmente na Amazônia. A companhia será parte do grupo Douro Azul, maior operador de cruzeiros fluviais de Portugal, com uma extensa frota operando no Rio Douro, na parte norte do país.

Para iniciar a operação em pouco mais de um ano, a companhia adquiriu o Atlântida, um ferry português de cerca de 98 metros de comprimento, com capacidade para 450 passageiros. O navio será reformado e adaptado para sua nova função, provavelmente também renomeado. A intervenção custará cerca de 6 milhões de euros, e deverá estar concluída em outubro de 2015, mês em que a Douro Azul espera que o navio atravesse o Oceano Atlântico em direção ao Brasil, onde tem a sua primeira viagem comercial agendada para 02 de janeiro de 2016.

O Atlântida foi construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), por encomenda do Governo dos Açores, que depois o rejeitaria em 2009 devido a um nó de diferença na velocidade máxima contratada. Com 97,5 metros, tem capacidade para 750 passageiros e transporte de carros. Será alterado para sua nova função, cruzeiro de luxo com 76 cabines duplas e capacidade para 156 passageiros e 100 tripulantes.

Comparativo de tamanho entre o Atlântida e um navio operado pela Douro Azul no Rio Douro. 

O navio partiu da Base do Alfeite onde esteve imobilizado no último dia 30, em direção aos estaleiros da West Sea, subconcessionária dos ENVC para a intervenção. O contrato de compra do navio, que está imobilizado desde a conclusão de sua construção, foi assinado recentemente, o valor da aquisição ficou próximo dos 9 milhões de euros. “Foi um negócio diferente por todas as vicissitudes e por todos os sobes e desces da história desta embarcação. Felizmente que agora tem um futuro, tem um destino, tem um projeto. Para nós, como empresa, é um investimento muito bom, vamos ter de gastar muito dinheiro para o transformar, mas mesmo assim é uma boa compra”, frisou Mário Ferreira.

Segundo o presidente da Douro Azul, o Atlântida vai mudar de nome e será utilizado para fazer a ligação entre Manaus, no Brasil, e Iquitos, no Peru, com passagem pela Colômbia. Mário Ferreira diz que os preços ainda não estão fechados mas, no mínimo, cada passageiro terá de pagar 500 dólares por dia durante uma semana, tempo para completar os cerca de dois mil quilômetros da viagem. A maior parte da clientela deve ser composta por estrangeiros, em especial norte-americanos, que virão para o Brasil especialmente para o roteiro.

Mário Ferreira também falou sobre o futuro da Mystic Cruises, que será uma marca internacional do grupo português, e da Douro Azul em geral. Segundo ele, a idéia é expandir a marca, com ao menos “um navio (novo) por ano”, e ainda anunciou a intenção de encomendar navios para a navegação no rio Douro, mas deixou um alerta.

“Também esperamos a muito curto prazo ter umas encomendas para o Douro. Continua a existir muita demanda para navios no Douro. Acontece é que as infraestruturas no Douro estão neste momento no seu máximo. Precisamos que as suas infraestruturas em termos de docas e cais vão melhorando para que possamos materializar as encomendas que temos para o Douro”, sublinhou Mário Ferreira.

Texto (©) Copyright Daniel Capella, com informações de MSN Notícias. 
Imagens (©) Copyright Miguel A. Lopes/Lusa e Douro Azul.
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