Após anunciar planos de realizar o ano inteiro na América do Sul, a Pampa Cruises irá começar a sua operação nacional já em janeiro. A informação foi revelada com exclusividade ao Portal WorldCruises.com por Milton Sanches, diretor de vendas e operações no Brasil.

Veterano no mercado de cruzeiros local, Sanches passou os últimos meses viajando pelo Nordeste, região onde acontece a temporada inaugural. O veterano da indústria de cruzeiros nacional realizou diversas reuniões com portos e autoridades para definir e acertar as escalas da estação, que começa em menos de dois meses.

“Estamos instalando a Pampa Cruises no Brasil e, em princípio, os cruzeiros vão começar em 23 de janeiro”, afirma Sanches em contato com o Portal.

Originalmente, a Pampa planejava iniciar operações em outubro do ano passado, com roteiros variados. Os planos, no entanto, foram revistos. “A base vai ser o Nordeste”, conta Milton.

Entre o próximo mês e julho, a Pampa planeja 35 cruzeiros, a maioria a partir do Porto de Recife. A companhia é privada e tem sede em Buenos Aires, na Argentina. Além do mercado brasileiro, deve servir também o argentino.

Fernando de Noronha é destaque dos itinerários

Terminal de cruzeiros de Recife foi escolhido como base para a Pampa

Partindo de Recife (PE) a cada seis dias, o navio da Pampa visitará Cabedelo (PB), Natal (RN) e a ilha de Fernando de Noronha. Com cinco noites, o itinerário realiza pernoite no arquipélago pernambucano, chegando às 8h de um dia e partindo apenas às 15h do dia seguinte.

O roteiro será realizado entre o final de janeiro e o fim de junho, incluindo em datas especiais como a Semana Santa e o Carnaval. Neste último, o navio visita Maceió em vez de Fernando de Noronha, em itinerário de quatro noites. A partida está marcada para o dia 2 de março.

Em junho estão marcados dois cruzeiros posicionais com Buenos Aires como destino final. No dia 24 daquele mês, começa cruzeiro de 6 noites com destino a Santos e escalas no Rio de Janeiro e em Salvador. Já no dia 30, o navio parte com destino à Argentina. Com cinco noites, o cruzeiro inclui escala em Itajaí e pernoite em Buenos Aires. A viagem acaba na capital argentina no dia 5 de julho.

A partir daí, o navio deve realizar uma temporada de cruzeiros dedicados ao mercado argentino.

Novo navio: sai Delphin, entra Arrecife

O Delphin foi escolhido para a operação, no entanto, acabou descartado por problemas contratuais

Quando anunciou seus planos originais, no final de abril, a Pampa pretendia operar o Delphin. Como noticiamos na época, o navio havia sido fretado por cinco anos. O contrato de fretamento incluía também sua readequação e modernização. Sem operar desde 2014, o navio precisava da intervenção em doca-seca para voltar a operar.

Os proprietários da embarcação, no entanto, não realizaram o acordado nesse sentido e acabaram vendo o contrato com a Pampa cancelado. “Os donos não fizeram os reparos contratuais necessários para a realização dos cruzeiros”, explica Milton Sanches.

Dessa forma, a companhia buscou outro navio pra a realização de sua temporada. Acabou encontrando um gêmeo do Delphin, pronto para entrar em operação pela marca em um período curto de tempo.

“O navio Salamis Filoxenia, ex-Van Gogh, acaba de fazer um dry dock em Pireus (Grécia) e foi renomeado Arrecife”, conta Sanches. Vendido por seus atuais operadores, o navio será entregue aos novos proprietários no dia 4 de dezembro e em seguida fretado para a Pampa.

A companhia pretende operar a embarcação pelos próximos sete anos.

Tamanho ideal para o Nordeste

Ponte Newton Navarro limita tamanho dos navios que podem visitar Natal

O Arrecife foi comissionado em 1975 e tem capacidade para cerca de 727 passageiros, bem como 250 tripulantes. De pequeno porte, desloca aproximadamente 15 mil toneladas brutas e conta com 156 metros de comprimento.

Comissionado em 1976, teve vários nomes até ser vendido e posteriormente nomeado Salamis Filoxenia

O tamanho é ideal para a operação no Nordeste. O navio pode, por exemplo, utilizar o novo terminal de cruzeiros de Natal – que tem calado aérea restrito. Além disso, é adequado para as escalas em Fernando de Noronha, já que apenas 700 passageiros podem visitar a ilha por vez devido a regulamentações ambientais.

Construído no estaleiro OY Wartsila AB, em Turku, na Finlândia, operou originalmente como Gruziya. Em 1995, foi renomeado Odessa Sky, nome que utilizou até 1999, quando passou a se chamar Club. No mesmo ano foi novamente renomeado e passou a ser Van Gogh. Com o nome do pintor holandês passou a maior parte de sua carreira recente, navegando na Europa e no restante do mundo.

Com a falência de seu operador em 2009, foi leiloado e acabou comprado pela Salamis Cruise Line. Posteriormente ganhou o nome atual e passou a servir o mercado cipriota.

Texto (©) Copyright Daniel Capella / Imagens (©) Copyright Salamis Cruise Line, Daniel Capella, divulgação e CODERN

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