Em uma rara visita, a Associated Press constatou que enquanto ainda há trabalho a ser feito, a conversão pode convencer futuros hóspedes de terem sido transportados de volta no tempo.
Portas de vidro, parede relógios e até mesmo latas de lixo ainda carregam o logotipo da Cunard Line, que operou o QE2 por quase quatro décadas.
Os antiquados televisores boxy das cabines dos passageiros, e cinzeiros construídos perfeitamente nas paredes dos corredores nos fazem voltar a eras anteriores. Assim como muitos dos esquemas de cores em áreas públicas, como o salão Yacht Club, com suas paredes revestidas de madeira e cadeiras em azul bebê.
O projeto original, que foi abandonado, previa que o navio ficasse atracado na Palm Jumeirah, e a retirada de sua chaminé. |
Mesmo as máquinas caça-níqueis de bordo permanecem no local – alo um tanto incongruente em um país muçulmano onde o jogo é proibido. Leili Gerami, o diretor do projeto QE2, disse que uma idéia é transformar o casino em um centro de jogo com máquinas que premiem seus usuários com bilhetes, que poderiam ser trocados por prêmios, em vez de dinheiro.
Partes do navio, porém, cheiram a mofo, e há sinais ocasionais de danos causados pelas tubulações de água, que os funcionários dizem estar trabalhando para reparar.
Os planos atuais são um retrocesso em relação a proposta original, que pretendia alterar significantemente o navio, e convertê-lo em um hotel de luxo ancorado ao lado de um dos arquipélagos artificiais em formato de palmeira. Essa idéia, que incluía a retirada da chaminé da embarcação e a construção de uma suíte de vidro de quatro andares em seu lugar foi engavetado quando a economia de Dubai entrou em crise há alguns anos.
O sultão Ahmed bin Sulayem, presidente da Istithmar World, empresa estatal de Dubai que é proprietária do navio, disse que o objetivo agora é abrir cerca de 300 cabines já existentes como quartos para o hotel a ser implantada. A empresa percebeu que os visitantes querem ver o QE2 como ele originalmente fora, acrescentou.
No entanto, os amantes de cruzeiros e da história inglesa não precisam ter pressa para planejar suas viagens ao Emirado, já que a conversão vai demorar cerca de 18 meses, ou seja, o hotel, provavelmente, não irá abrir suas portas antes do final de 2013.
“Tenho certeza que muitos fãs ao redor do mundo, inclusive eu, vão considerar no futuro uma estada a bordo – muitos dos quais irão viajar para Dubai especificamente a fazê-lo”, disse Rob Lightbody, um entusiasta do QE2 na Escócia e fundador de um site dedicado ao navio.
O QE2 vai permanecer nas instalações do centro de Dubai, no Porto Rashid, onde está a quase três anos e meio, e servirá como um ímã turístico ao lado de um museu marítimo que será construído, e uma expansão do terminal de navios de cruzeiros da cidade.
Ainda não está claro, o quanto o projeto do hotel vai custar e quem estará a conta. Mas Bin Sulayem insistiu o dinheiro não é um problema.
Estão em curso negociações com os empreiteiros, disse o chefe da Istithmar, que ainda afirmou “não querer dar-lhes dicas” sobre quanto é destinado para o projeto. Nem Istithmar nem a rentável operador portuária DP World, que também é presidida pelo Bin Sulayem, pagará pelo projeto, disse ele.
TENHO MUITA DÓ DESSES NAVIOS QUE MESMO EM BOAS E AS VEZES ATÉ MESMO EM ÓTIMAS CONDIÇÕES FICAM ABANDONADOS. POR EXEMPLO UM NAVIO DESSE AQUI NO BRASIL AINDA TERIA ALGUNS ANOS DE TRABALHO SOSSEGADO OU MESMO EM MERCADOS MENORES QUE O NOSSO. É UMA VERDADEIRA PENA. TODA VEZ QUE VEJO ALGUM POSTE AQUI FICO INDIGNADO COMO ISSO PODE ACONTECER. UM NAVIO DESSES POR EXEMPLO CONSEGUIRIA AQUI NO BRASIL CONSEGUIRIA COMPETIR COM A CVC, IBERO CRUZEIROS TRANQUILAMENTE. BOM INFELIZMENTE FICA A MINHA FRUSTRAÇÃO QUE NADA MUDA.
Esse navio em especial, ainda poderia navegar sem maiores por problemas pelos próximos 10, 15 anos. Foi um navio bem projetado, bem mantido, e que há anos atrás foi muito bem reformado e convertido para suas características atuais.
Só que este é um dos mais queridos e conhecidos navios do mundo, com uma carreira invejável (já transportou todo tipo de autoridades e celebridades que possa pensar, por exemplo), e que está num nível muito mais alto do que o mercado brasileiro.
Quando sua companhia decidiu aposentá-lo, tinha em conta os outros navios de sua frota, que entravam em serviço, e também seus custos de manutenção, que estavam começando a crescer, em se comparando aos navios mais novos.
Como tinha seus passageiros cativos, a opção da Cunard para o QE2 foi vendê-lo com duas cláusulas no contrato, que explicam entre outras coisas, seu suposto abandono: que ele nunca mais navegasse (para não concorrer com a atual frota da companhia, nem mesmo para estragar sua imagem, construído desde a década de 60), e que não fosse desmontado nem sucateado (é considerado patrimônio britânico, foi batizado pela Rainha e etc.
Entendo sua frustração, mas o caso do Queen Elizabeth 2 é um a parte, que é até compreensível.