Norovírus: você já ouviu falar?

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Restaurantes self-service estão entre os vilões na transmissão do norovírus

Atualmente, em tempos de pandemia, muito se fala sobre o Coronavírus. Mas e o Norovírus, você já ouviu falar?

Casos de gastroenterite nos navios de cruzeiro

Em 10 anos, de 2011 a 2020, foram registrados 14.841 casos de gastroenterite em navios de cruzeiro nos Estados Unidos. Os dados foram coletados pelo Programa de Saneamento em Embarcações do CDC (Centers for Disease Control and Prevention), a “Anvisa estadunidense”. A enfermidade é causada por diversos agentes patogênicos, dentre eles o Norovírus.

O Norovírus foi responsável por 89% dos casos, contabilizando 13.140 pessoas infectadas. Os outros 11% foram causados por outros agentes, tais como as bactérias Escherichia coli, Clostridium perfringens e as do gênero Campylobacter, além de um outro tipo de vírus, o Rotavírus.

Registros e médias por ano

O ano de 2012 foi o que mais registrou casos de gastroenterites no período: foram 3,064 infecções, onde o Norovírus foi o agente causador em 95% dos casos. Em contrapartida, 2018 foi o ano que se observou o menor índice, com 658 casos confirmados, havendo um certo equilíbrio entre os agentes causadores: 54% pelo Norovírus e 46% por outros.

Foi obtida uma média de 1,484 casos de gastroenterite por ano; 1,314 foi a quantidade média de casos provocados pelo Norovírus anualmente; para outros agentes infecciosos, a média ficou em apenas 170 ocorrências anuais.

O Norovírus e as companhias de cruzeiro

Foram coletados dados de 21 companhias, dentre elas: Princess Cruises, Royal Caribbean International, Celebrity Cruises, Holland America Line, Norwegian Cruise Line, Oceania Cruises, Carnival Cruise Line, AIDA Cruises e Cunard Line.

A Princess foi a companhia que mais apresentou registros, num total de 4,782 casos de gastroenterite (32%), sendo 3,873 causados pelo Norovírus; em segundo lugar está a Royal Caribbean, com 3,129 casos (21%), sendo todas essas ocorrências provocadas pelo referido vírus.

Abaixo um infográfico sobre o Norovírus, detalhando algumas informações a respeito dos sintomas ao ser infectado, transmissão, como nosso corpo lida com o patógeno, existência de vacinas e alguns cuidados.

Para mais informações, consulte os sites do CDC, da UFBA e da UFJF

No Brasil, Anvisa classifica embarcações

Por aqui, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou, em 2012, um ranking para avaliar a segurança sanitária dos navios de cruzeiro que passam pelo litoral brasileiro. A classificação é feita em categorias e tem como um de seus focos evitar a contaminação pelo norovírus e seus similares.

Variando de A a D, os níveis indicam o grau de risco para saúde que cada embarcação apresenta. Os que recebem nota A apresentam condições sanitárias excelentes, enquanto os da B são considerados acima da média e os da C tem práticas de saúde satisfatórias. Já o navio que ficar com a nota D tem condições consideradas inadequadas e deve passar por correções imediatas para continuar a navegar. 

Para definir este grau, a Anvisa realiza visitas surpresa, com o objetivo de fiscalizar a adequação dos protocolos de bordo. Boa parte dos quesitos fiscalizados estão relacionados à alimentação: temperatura de geladeiras e freezers, práticas de cozinha, limpeza de materiais, monitoramento de potabilidade de água e mais. 

Em 2018/2019, mais da metade dos navios receberam melhor nota possível

Prinsendam foi um dos navios classificados com a nota A durante a temporada

Em 2018/2019, última temporada com dados disponíveis, 53% dos navios de cruzeiro que visitaram o Brasil apresentaram condições classificadas com a nota A e, assim, consideradas excelentes. 

Além disso, 38% dos navios foram classificados com as notas B e C, oferecendo condições boas ou satisfatórias. No total, 34 embarcações de cruzeiro foram classificadas entre novembro de 2018 e abril de 2019. Mais informações estão disponíveis neste link

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